Apologética Católica

Respostas a um Presbítero da Igreja Evangélica "Betel"

Por Jaime Francisco de Moura

         

                              Este é um e-mail, questionando a Infalibilidade dos Papas.

     Pergunta:

     Gostaria de dizer a respeito da “infalibilidade Papal” onde os católicos “asseguram que os papas jamais podem errar”, pois os mesmos se dizem os representantes de Cristo. Acho que nessa terra, não existe nenhuma pessoa que deve ser considerada infalível, porque todos são imperfeitos e pecadores.

Aqui ficam três questões:

1)      Porque João Paulo II pede perdão pelos erros cometidos, no período da Inquisição?

2)      Por que tantos erros cometidos pelos papas ao longo da história da Igreja?

3) Será que realmente são infalíveis? A questão da infalibilidade é falsa, porque todos pecaram e somente Espírito Santo é Infalível, porque convence o homem do pecado, da justiça de Deus e do juízo de Deus sobre a humanidade.

Que Deus possa mostrar e revelar essa verdade. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8,32).

Sem mais para o momento,

Deus lhe abençoe!

Gilberto Fagundes

Presbítero da Igreja Evangélica Betel.

        Respostas

       O que o Senhor chama de “erros” dos Papas, tenho que lhe explicar, o que já respondi várias vezes a outros Protestantes.

   A infalibilidade é a garantia de preservação de todo erro doutrinal pela assistência do Espírito Santo. Não é simples inerrância de fato, mas de direito. Portanto, não se deve confundir a infalibilidade com a "inspiração", que consiste no impulso divino que leva os escritores sagrados a escreverem o que Deus quer; e nem com a "revelação", que supõe a manifestação duma verdade antes ignorada. O privilégio da Infalibilidade não faz com que a Igreja descubra verdades novas; garante-lhe somente que, devido à assistência divina, não pode errar nem, por conseqüência, induzir em erro, no que respeita a questões de Fé ou moral. O Papa só é infalível naquilo que Cristo lhe deu poder infalível.

Agora devemos analisar sobre quem recai a "infalibilidade"

Pelo exposto, fica claro que a "infalibilidade" é privilégio daqueles a quem compete "ensinar", isto é, os Apóstolos e, de modo especial, a Pedro e seus sucessores.

 A infalibilidade do colégio apostólico provém, portanto: a) da missão conferida a "todos os apóstolos" de "ensinar todas as nações" (Mat 28, 20); b) da "promessa de estar com eles" "até à consumação dos séculos" (Mat 28, 20) e de lhes "enviar o consolador, o Espírito Santo que lhes há de ensinar toda a verdade" (Jo, 14, 26). Estas passagens mostram com evidência que o privilégio da "infalibilidade" foi concedido ao "corpo docente" tomado coletivamente.

          A sucessão desse poder deve ser entendida no sentido de que o colégio apostólico, atualmente composto pelos bispos, é infalível  não individualmente em cada bispo, mas no conjunto deles.

         No caso de Pedro e seus sucessores, a infalibilidade é pessoal. Provarei isso com argumentos tirados dos textos evangélicos e da história.

 O argumento escriturístico deriva dos mesmos textos que demonstram o primado de Pedro: "Tu és Pedro...", pois é incontestável que a estabilidade do edifício lhe vem dos alicerces. Se. Pedro, que deve sustentar o edifício cristão, pudesse ensinar o erro, a Igreja estaria construída sobre um fundamento inseguro e já se não poderia dizer "as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

 Depois, com o ("confirma os irmãos"), Nosso Senhor assegurou a Pedro que pedira de modo especial por ele, "para que sua fé não desfaleça" (Lc 22, 32). É evidente que esta prece feita em circunstâncias tão solenes e tão graves (o momento da paixão de Nosso Senhor) não pode ser frustrada.

 Finalmente, com o (apascenta as minhas ovelhas), foi confiada a Pedro a guarda, o governo, de todo o rebanho. Ora, não se pode supor que Jesus Cristo tenha entregue o cuidado do seu rebanho, colocando Pedro como Pastor, a um pastor que pudesse desencaminhar as ovelhas eternamente, ensinando o erro.

           A Existência da Infalibilidade segundo a Razão.

 Não se justifica que Deus possa ter deixado os homens à sua própria sorte no tocante à doutrina. O "livre exame" protestante gera o subjetivismo e as divisões, condenadas pela Sagrada Escritura. A autoridade de um corpo de apóstolos é necessária, racionalmente, para a realização dos planos de Deus na terra, sob pena de aceitarmos a tese de que Deus não guia seu povo.

          Todavia, não  confunda a "infalibilidade" com a "impecabilidade". A Igreja nunca defendeu a tese de que o Papa não pudesse cometer pecados. Ele é infalível quando fala à toda a Igreja, como sucessor de Pedro, em matéria de Fé e Moral, definindo (implícita ou explicitamente) uma verdade que deve ser acatada por todos. Em sua vida privada - ou quando não utilizando a fórmula da infalibilidade - o Papa pode cometer erros. Aliás, Pedro errou várias vezes, pessoalmente. Por exemplo, quando negou a Cristo por três vezes, e também na questão das carnes proibidas. Mas Pedro e os demais Papas, atuando como Papas, com o poder das chaves, jamais entraram em contradição, jamais erraram. Finalmente posso afirmar que nunca um Papa, na história da Igreja, proclamou, segundo a fórmula da infalibilidade, um erro doutrinário. (Não confunda erro doutrinário com erro pessoal)

    Apenas com um chefe visível, infalível, se pode cumprir a unidade do "corpo místico de cristo".

           Em relação à doutrina:

 1) "Quem não está comigo é contra mim" (Mt 12,30)

 2) "Um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos" (Ef 4, 3-6)

 3) "Não rogo apenas por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste" (Jo 17,20-21).

 4) "Recomendo-vos, irmãos, que tomeis cuidado com os que produzem divisões contra a doutrina que aprendestes”. Afastai-vos deles (Rm 16, 17).

 5) "Se alguém vos anunciar um evangelho diferente, seja execrado, isto é, seja excomungado" (Gl. 1,7-9).

           Em relação ao culto:

 1) "Porque há um só pão, um só corpo somos nós, embora muitos, visto participarmos todos do único pão" (1Cor 10,17)

 2) "A multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma" (At 4, 32)

 3) "Esforçai-vos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Ef. 4,3).

          Em relação à unidade de Governo:

 1) "Irmãos, conjuro-vos que sejais sempre perfeitamente unidos num só sentimento e num mesmo pensar" (1 Cor 1,10)

 2) "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Estas tenho de reunir, e elas ouvirão a minha voz. E então haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo. 10,16; Mt 16, 15-16).

 O próprio fato de  Paulo ter procurado a unidade na questão da circuncisão deixa patente a existência de uma Igreja una. No concílio que decidiu essa questão, em Jerusalém, foi  Pedro quem falou primeiro e quem deu a última palavra sobre a questão: "Então toda a assembléia silenciou" (At 15, 7-12), obedecendo ao Chefe do Colégio Apostólico.

          Nas Sagradas Escrituras, é só folhear os Atos dos Apóstolos e verificar o crescimento da Igreja (a mesma e una) desde o início até os dias de hoje.

Portanto a história e a bíblia, é clara ao narrar a expansão da mesma Igreja, fundada por Nosso Senhor sobre Pedro, em unidade.

          Reforçando mais uma vez para que o Senhor nunca se esqueça

          O Papa só é infalível:

1) Quando trata de Fé e de Moral; (Não confundir com a política, a filosofia, as ciências, etc.)

2) Quando ensina a toda a Igreja;

3) Quando usa o poder dado por Cristo a Pedro;

4) Quando define uma questão, isto é, ensinando o que é certo, e condenando a tese oposta.

Se João Paulo II pede perdão pelos pecados de outros, essa é uma atitude humana, que o próprio João Paulo II jamais ensinou como verdade de Fé.

Como o Senhor argumenta dúvidas, fica aqui também, as minhas.

O senhor diz que é da "Igreja Betel". Pergunto! Que Igreja é essa de que nunca se ouviu falar? Quando foi fundada? Por quem foi fundada? Certamente, não foi fundada por Jesus Cristo.

       O senhor acha que Deus esperou 2.000 anos, para fundar a sua igreja, e que a chamaria de "Betel"?
Onde está, na Bíblia, que a Igreja de Cristo  surgiria 2.000 anos depois do Calvário?

 Não quero ofender, mas seu alto título de "presbítero" é totalmente sem base. Os primeiros Presbíteros foram instituídos pelos Apóstolos, e, depois, pelos sucessores dos Apóstolos -- os Bispos -- que continuaram a instituir presbíteros.

 O senhor recebeu esse título de quem? Quem lhe deu esse título, recebeu o poder de dá-lo dos Apóstolos? Se não recebeu, seu título não tem nenhum valor.

 Entretanto, nosso diálogo será inútil se o senhor se julga mesmo inspirado pelo "Espírito Santo" porque, como todo protestante, o Senhor se pensa infalível, qualidade que o senhor só nega a Pedro e aos Papas.

 Para concluir, nosso diálogo lhe será salutar, somente se o senhor estiver disposto a aceitar a verdade que Deus revelou, e que confiou à Igreja, para guardar. Quer queira quer não, a Igreja, se chama Igreja Católica.

Fique na paz de Cristo!   

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