Apologética Católica

 

Perigos de um diagnóstico errado


          Um diagnóstico errado não é isento de perigos, tanto de ordem moral e espiritual, como até mesmo física. Em primeiro lugar, a prática de exorcismos em simples doentes mentais, sem que estes, obviamente, experimentem qualquer melhora, pode conduzir ao descrédito em relação aos mesmos exorcismo e às coisas sagradas de modo geral. Pode ainda oferecer argumentos aos céticos, que se aproveitarão para tachar a prática dos exorcismos como puramente supersticiosa.

          Além do mais, a prática dos exorcismos solenes representa para o exorcista um desgaste muito grande, o qual seria sem fruto em caso de erro de diagnóstico. Por fim, o exorcizar doentes mentais oferece o perigo de agravar seus males, seja pela grande tensão e esforço mental e até físico que o exorcismo comporta, seja pelo caráter impressionante deste. É o que afirma Mons. Maquart, experimentado demonólogo francês: “Não seria sem inconvenientes graves exorcizar, sob simples aparências de possessão, doentes mentais. Em vez de os curar, o exorcismo teria o risco de agravar seu mal”. (Mgr F. X. MAQUART, L ‘Exorciste devam les manjfestations diaboliques, p. 328.) O mesmo assegura Dom Gustavo Waffelaert (Bispo de Bruges): “Há inconveniente real em exorcizar uma pessoa não possessa. Por ela, antes de tudo; pois o exorcismo, pela forte impressão que produz, pode afetar desfavoravelmente um sistema nervoso já perturbado e acabar de o arruinar; ele é também um poderoso meio de sugestão e arrisca desenvolver, num indivíduo fraco, hábitos mórbidos. Além do que, não se tem o direito de empregar, sem motivo grave, as orações sagradas do Ritual: é preciso que elas tenham um objeto. Dessa forma, a Igreja, para pemitir o exorcismo, requer a prudência e um julgamento moralmente certo ou ao menos provável da possessão” . (Mgr G. 3. WAFFELAERT, Possession Diabolique. col. 55.)

           Em muitos lugares — como nas dioceses de Roma e Veneza - os exorcistas trabalham sempre em estreita união com psiquiatras católicos, os quais os ajudam a distinguir meros doentes de eventuais possessos; por seu lado, esses profissionais, muitas vezes, recorrem aos serviços dos exorcistas, quando percebem em seus clientes sinais que ultrapassam os limites da Medicina.

          Na realidade, certas manifestações, à primeira vista patológicas, podem esconder a ação do Maligno. Por isso o médico católico não deve excluir sem mais a possibilidade dessa ação, conforme observa Mons. Catherinet: “O médico que quiser manter-se um homem completo, sobretudo se ele possuir as luzes da fé, não excluirá, a priori, a presença do demônio, podendo, em certos casos, suspeitar, por trás da doença, a presença e a ação de alguma força oculta (cujo estudo ele pedirá ao filósofo ou ao teólogo, os quais se guiam segundo seus próprios métodos). (Mgr F. M. CATHERJNET. Les Demoniaques dons l Évangile, pp. 324-32.)

Jaime Francisco é criador deste site. É Apologista Católico, Historiador, Estudioso da Igreja Primitiva e das doutrinas protestantes no Brasil e na América Latina. Publicou 03 obras em defesa da Fé Católica: "As diferenças entre Igreja Católica e Igrejas Protestantes" " Porque estes Protestantes tornaram - se Católicos" e " Lavagem Cerebral e Hipnose no meio Protestante" Maiores informações sobre os livros: www.respostascatolicas.webnode.com.br   Nestes últimos anos tem estudado profundamente sobre Psicologia e fenômenos  relacionados à demônologia.

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