Apologética Católica

 

Realidade da possessão diabólica


           No que se refere à possessão diabólica, há duas posições erradas que é preciso evitar: a primeira, consiste em acreditar com facilidade que uma pessoa está possessa, sem maior exame, pela impressão causada por sintomas que podem bem corresponder a outros estados, não sendo de si suficientes para caracterizar a possessão; a segunda posição está em negar que hoje ocorram casos de possessão; chega mesmo a negar que alguma vez se tenham dado. Esta posição extremada se choca com uma verdade claramente ensinada pela Sagrada Escritura, pela Tradição e pela prática da Igreja.

          Os racionalistas pretendem que os casos de possessão diabólica relatados na Escritura não passam de casos patológicos — mania, loucura, histeria e epilepsia. Dizem que Jesus não pretendia que esses infelizes enfermos, chamados endemoniados, estivessem realmente possessos, mas tratava-os de acordo com as convicções dos seus contemporâneos, os quais acreditavam na ação demoníaca.

             Nada mais falso, e os Evangelistas distinguem bem entre a doença e a possessão. Assim, São Marcos escreve: “E de tarde, sendo já posto o sol, traziam-lhe (a Jesus) todos os que estavam doentes e os possessos do demônio E curou muitos que se achavam oprimidos com varias doenças. e expeliu muitos demonios” (Mc 1, 32-34). E em São Mateus está escrito: “E pela tarde apresentaram- lhe muitos possessos do demônio, e ele com a (sua) palavra expelia os espíritos maus, e curou todos os enfermos” (Mt 8, 16).

           Do mesmo modo São Lucas: “E quando foi sol posto, todos os que tinham enfermos de diversas moléstias, traziam-lhos. E ele impondo as mãos sobre cada um, sarava- os. E de muitos saíam demônios gritando” (Lc 4,40-41).

              É evidente nestas passagens que os Evangelistas se referem à cura de doentes e à expulsão de demônios como dois casos diferentes. De resto, o próprio Salvador afirma que expulsava os demônios dos possessos. Por exemplo, aos judeus incrédulos disse Jesus: “Se eu, porém lanço fora os demônios pela virtude do Espírito de Deus, é chegado a vós o reino de Deus” (Mt 12, 28). “Se eu, pelo dedo de Deus lanço fora os demônios, certamente chegou a vós reino de Deus”(Lc 11,20).

            E Ele mesmo distingue bem os casos de doença dos de possessão, ao dizer: “Eis que eu expulso os demônios e opero curas” (Lc 13, 32). A Liturgia e a prática da Igreja, com a instituição dos exorcismos, bem como o ensinamento dos teólogos, indicam que Ela crê na possessão diabólica. Ao mesmo tempo, estabelecendo que os exorcismos sobre possessos não sejam feitos senão depois de maduro exame e mediante especial autorização, a Igreja indica que não se deve crer levianamente nos casos de possessão.

          Em resumo, que se tenham dado alguns casos, pelo menos de verdadeira possessão diabólica, como os relatados nos Evangelhos, é verdade de fé; que depois se tenham dado outros, é doutrina comum dos teólogos, que não pode ser negada sem temeridade.

Jaime Francisco é criador deste site. É Apologista Católico, Historiador, Estudioso da Igreja Primitiva e das doutrinas protestantes no Brasil e na América Latina. Publicou 03 obras em defesa da Fé Católica: "As diferenças entre Igreja Católica e Igrejas Protestantes" " Porque estes Protestantes tornaram - se Católicos" e " Lavagem Cerebral e Hipnose no meio Protestante" Maiores informações sobre os livros: www.respostascatolicas.webnode.com.br   Nestes últimos anos tem estudado profundamente sobre Psicologia e fenômenos  relacionados à demônologia.

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