Apologética Católica

 

Mas o demônio pode atuar também sobre os sentidos internos (fantasia e memória) e sobre as paixões.


           A infestação interna ou psicológica consiste em sugestões violentas e tenazes: idéias fixas, imagens expressivas e absorventes, movimentos profundos de emotividade e de paixão - por exemplo, desgostos, amargura, ressentimentos, ódio, angústias, desespero; ou, ao contrário, inclinação para algum objeto ilícito, ou inclinação, de si lícita, mas desregrada quanto ao modo e à intensidade.

        Comenta o Pe. Tanquerey: “A pessoa se sente, embora com desgosto, invadida por fantasias importunas, tediosas, que persistem não obstante os esforços vigorosos para afastá-las; ou então por frêmitos de ira, angústia, desespero, ímpetos instintivos de antipatia; ou pelo contrário, por perigosas ternuras sem razão alguma que as justifiquem” . (Adolphe TANQUEREY, Precis de Théotogie Ascétique ei Mystique. p. 958.)

            Os acessos de melancolia e os transportes de furor que afligiam Saúl, por obra de um demônio e por permissão divina ( cf. 1 Reis 16, 14-23), são característicos da infestação pessoal interna, infestação psicológica. Diferentemente do possesso, o infestado guarda a disposição de seus atos exteriores, embora em muitos casos tenha sua liberdade diminuída. Ele conserva o poder de reagir contra as sugestões do interior ( por exemplo, sugestões de blasfêmias), de julgar sobre o valor moral destas sugestões, achando-as abomináveis. Uma das modalidades de infestação pessoal, talvez das mais frequentes são as doenças, muitas vezes desconhecidas e incuráveis, que chegam a levar à morte, se Deus o permitir. É o que, aliás, lemos no livro de Já: “Disse, pois, o Senhor a Satanás: Eis que ele (Jó) está na tua mão; conserva, porém, a sua vida” (Jó 2, 6). As escrituras apresentam vários casos de tais enfermidades de origem de diabólica. Exemplo clássico, é a lepra que cobre de chagas o justo Jó, da planta dos pés até o alto da cabeça (Já 2, 7-8). Seriam igualmente vítimas de infestação diabólica a mulher encurvada, atormentada pelo demônio havia dezoito anos, de tal sorte que não se podia endireitar, e que foi curada por Nosso Senhor (Luc 13, 11); o menino epilético (Mt 17, 14; Mc 9, 17; Luc 9, 38); o mudo (Mt 9,32); e o cego mudo (Mt 12, 22). Mons. Balduecci se refere a doenças de origem demoníaca, por efeito de malefícios, observando que nestes casos os distúrbios são com frequência de ordem física, sendo dificilmente diagnosticados pelos médicos; outras vezes se trata de inconvenientes que atacam a vida psíquica, a própria personalidade do indivíduo, tomando-o difícil, raivoso e até incapaz de atuar no âmbito de sua vida familiar e social.(Cf. Mons. C.BALDUCCI, El diablo, p. 184.)

         Convém precisar que muitas das manifestações acima descritas, embora próprias às infestações locais ou pessoais, não são exclusivas delas e nem sempre são de origem demôníaca; várias anomalias de ordem psíquica (ilusões, alucinações, delírios) podem se externar pelos mesmos fenômenos; um cuidadoso exame do indivíduo e das circunstâncias que acompanham os fatos poderá revelar a origem natural patológica ou demoníaca dos distúrbios.

Jaime Francisco é criador deste site. É Apologista Católico, Historiador, Estudioso da Igreja Primitiva e das doutrinas protestantes no Brasil e na América Latina. Publicou 03 obras em defesa da Fé Católica: "As diferenças entre Igreja Católica e Igrejas Protestantes" " Porque estes Protestantes tornaram - se Católicos" e " Lavagem Cerebral e Hipnose no meio Protestante" Maiores informações sobre os livros: www.respostascatolicas.webnode.com.br   Nestes últimos anos tem estudado profundamente sobre Psicologia e fenômenos  relacionados à demônologia.

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