Apologética Católica

 Revelação da Encarnação


          Não está formalmente revelado no que consistiu exatamente a prova dos anjos; os teólogos fazem hipóteses teológicas, como a de São Tomás, exposta acima. Francisco Suárez, teólogo jesuíta do século XVII, levanta outra hipótese: a prova dos anjos teria consistido na revelação antecipada por Deus, da Encarnação do Verbo. Os anjos maus se teriam revoltado contra a submissão em que ficariam em relação à natureza humana do Verbo Encarnado, a qual, enquanto natureza, seria à natureza angélica.

           Uma variante dessa hipótese é a que afirma que Lúcifer e os anjos revoltados não quiseram submeter-se à Mãe do Verbo Encarnado, pela sua dignidade ficaria colocada acima dos próprios anjos, embora inferior a eles por natureza. Essa hipótese, entretanto, está ligada a uma outra questão: se o Verbo se teria encarnado mesmo sem o pecado de Adão. Suárez, com algumas adaptações, segue a opinião de Duns Escoto e de Santo Alberto Magno, a qual sustenta que sim; São Francisco de Sales também participa dessa opinião. São Tomás, porém, é de outro parecer. Argumenta ele: “Seguindo a Sagrada Escritura, que por toda a parte apresenta como razão da Encarnação o pecado do primeiro homem, é conveniente dizer-se que a obra da Encarnação está ordenada por Deus como remédio contra o pecado. De tal modo que, se não existisse o pecado não teria havido a Encarnação, embora a potência divina não esteja limitada pelo pecado, podendo, pois, Deus encarnar-se, mesmo que não houvesse o pecado” (Suma Teológica, 3, q. 1, a. 3.)

          São Boaventura reconhece que a opinião tomista é mais consoante com a Fé, enquanto a outra favorece mais a razão. (In III Sent.,Dist.I,a.2,q.2.) Embora ambas as opiniões sejam sustentáveis, o comum dos Doutores acha que a hipótese tomista é mais provável, sendo predominante entre os Santos Padres. Santo Agostinho afirma: “Se o homem não tivesse caído não se teria feito carne” (Serm. 174,2.)

           Em favor dela fala igualmente o Símbolo dos Apóstolos, isto é, o Credo, quando proclama: “O Qual [o Verbo], por nós homens, e por nossa salvação, desceu dos céus “. Também a liturgia pascal, que canta: “Ó culpa feliz, que nos mereceu um tal Redentor!” O Pe. Christiano Pesch S.J. diz que a posição tomista de tal modo se tornou comum, que hoje há poucos defensores da esposada por Suárez, quanto à Encarnação do Verbo. Daí decorreria que a hipótese de Suárez com relação ao pecado dos anjos ficaria também prejudicada. (C. PESCH 53, De Angelis, III, p. 71; cf. também Mons. P. PARENTE. Incarnazioni, col 1.751; I. SOLANO, De Verbo incarnato, pp. 15-24).)

Jaime Francisco é criador deste site. É Apologista Católico, Historiador, Estudioso da Igreja Primitiva e das doutrinas protestantes no Brasil e na América Latina. Publicou 03 obras em defesa da Fé Católica: "As diferenças entre Igreja Católica e Igrejas Protestantes" " Porque estes Protestantes tornaram - se Católicos" e " Lavagem Cerebral e Hipnose no meio Protestante" Maiores informações sobre os livros: www.respostascatolicas.webnode.com.br   Nestes últimos anos tem estudado profundamente sobre Psicologia e fenômenos  relacionados à demônologia.

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