História da Igreja
Por Jaime Francisco de Moura
A História da Igreja não pode ser equiparada à de
outra sociedade. Com efeito; sabemos que a Igreja não é apenas a soma de seus
membros, mas é o corpo de Cristo prolongado através dos séculos (1 Cor 12,12-21) (Cl 1,24); é a continuação do mistério
da Encarnação, pelo qual Deus quis revelar-se e também ocultar-se mediante
nossa fragilidade, a fim de comunicar sua santidade aos homens.
Conseqüentemente na História da Igreja vamos encontrar façanhas de enorme
brilho (como a evangelização dos Bárbaros, a preservação e a transmissão da
cultura antiga, os gestos dos mártires, dos missionários, dos heróis da fé)
como também nos defrontamos com momentos difíceis, como foram os séculos X e
XVI. A sucessão ou a simultaneidade de luz e sombras não surpreende o estudioso
Cristão; para este, aliás, e também para o não Cristão, o fato de que a Igreja
até hoje subsiste cheia de vitalidade apesar do contra-testemunho de muitos
filhos seus, é o sinal mais evidente de que Deus, e não os homens, sustenta a
Igreja.
Os bons
mestres, à revelia dos inovadores, sempre fizeram questão de dizer que a Igreja
não consta apenas de santos, mas que nela existirão até o fim dos tempos justos
e pecadores, como o próprio Senhor predisse na parábola do joio e do trigo (Mateus 13,24-30). Fato interessante: nos períodos
mais dolorosos da sua história, a Igreja encontrou o vigor da renovação em seu
próprio bojo, ou seja, na santidade dos seus membros que se dedicaram à oração
e à pureza de vida; foram os Santos que, suscitados oportunamente por Deus,
restauraram o fulgor da Santa Mãe Igreja.
O estudo
da História da Igreja deve decorrer do Amor à Igreja e levar a um aumento desse
Amor. Diz a sabedoria popular: “Ninguém
ama o que não conhece” por isto também mais amará a Igreja aquele
Cristão que sabiamente a estudar em sua história bimilenar. Não se pode
menosprezar o passado, pois é nele que estão as raízes do presente e do futuro;
a história vem a ser uma escola que nos ensina a viver melhor hoje e a preparar
o porvir da humanidade. Todo edifício deve ter sua base para se equilibrar;
toda renovação supõe o conhecimento daquilo que a precedeu: “O verdadeiro
progresso jamais condena as suas fases anteriores; passa de um bem para outro
melhor, sem, porém, considerar um mal aquilo que antigamente era um bem”.
Aliás, a história dilata os horizontes, abre panoramas novos. Em particular, o estudo da história exige conhecimentos de Geografia e de História gerais, sem os quais o estudioso se sentiria desorientado.
A História
Universal foi dividida pelos Renascentistas dos séculos XV e XVI em Antiga, Medieval e Moderna.
Os Historiadores da Igreja, a partir do século passado, adotaram esta
distribuição, que continua em voga até hoje, com o acréscimo de mais um
período: o Contemporâneo.
As razões para assim dividir a História da Igreja são válidas: 1) a mudança de cenário e de cultura acarretada pela invasão dos povos Germânicos na Europa dos séculos V e VII foi pondo termo à Idade Antiga; convencionalmente dizemos que em 692, data do Concílio regional de Trulos II, começa a Idade Média; 2) o renascimento das idéias e da cultura Greco-Romana no século XV, bem como a Reforma Protestante e a descoberta de novos continentes, dão orígem a nova fase da História, a Idade Moderna, que convencionalmente começa em 1450; 3) o Tratado do Latrão entre a Santa Sé e o governo Italiano assim como os rápidos progressos das ciências e da técnica no século XX obrigam a assinalar o início de nova Idade, a Contemporânea, em 1929.
Jaime Francisco é criador deste site. É Apologista Católico, Historiador, Estudioso da Igreja Primitiva e das doutrinas protestantes no Brasil e na América Latina. Publicou 03 obras em defesa da Fé Católica: "As diferenças entre Igreja Católica e Igrejas Protestantes" " Porque estes Protestantes tornaram - se Católicos" e " Lavagem Cerebral e Hipnose no meio Protestante" Maiores informações sobre os livros: www.respostascatolicas.webnode.com.br Nestes últimos anos tem estudado profundamente sobre Psicologia e fenômenos relacionados à demônologia.