Sociedade Bíblica do Brasil publica a Septuaginta
Era praxe no meio protestante, a afirmação: “a Igreja Católica colocou sete livros na bíblia em 1546, no concílio de Trento”. Estes livros são “apócrifos”, “espúrios”, "escondidos", "secretos", "obscuros". Faziam isso com intenção de caluniar a Igreja Católica.
Recentemente a SBB – Sociedade Bíblica do Brasil, que publica as bíblias protestantes no Brasil, acabou com séculos de mentiras, quando para a surpresa de todos, publicou a Septuaginta, ou seja, uma bíblia que reúne os livros do Velho testamento usada pelos apóstolos de Jesus e que contém os sete livros que eles, os protestantes, alegavam que a Igreja Católica havia “acrescentado”.
De sorriso amarelo, a SBB publicou o seguinte texto confuso que promovia a obra:
Septuaginta (ou Tradução dos Setenta)
Esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C.
A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.
Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.
Vamos por partes, fazer as devidas correções no texto da SBB:
1- Diz a SBB: “Esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C.”
Correção: os sete livros não fazem parte da coleção hebraica, porque essa tal “coleção hebraica” é posterior a coleção cristã, é do final do primeiro século e foi feita pelos judeus que perseguiram Jesus e queriam extirpar os livros cristãos do meio judaico. Confirmando isso diz a SBB em vergonhosa contradição: “A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia”. Detalhe: a “Igreja primitiva” é a Igreja de Jesus, a mesma e milenar Igreja Católica.
2- Diz a SBB: “Eles são chamados apócrifos ou
deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.”
Correção: os
sete livros são chamados “apócrifos” pelos
inimigos de Cristo que os excluíram de seu particular cânon judaico feito só no
final do primeiro século. Deram-lhes malandramente o nome de “apócrifos” para desclassificá-los.
"Apócrifos"
sempre significou: [escritos de assunto sagrado não incluídos pela Igreja no
Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas.] (Dicionário
Enciclopédia. Encarta 99). Ou seja, “apócrifos”
são os livros que ficaram fora do Cânon da Igreja, e os que estão na
Septuaginta, estão sim no Cânon da Igreja, e a SBB provou isso dizendo: “A igreja primitiva geralmente incluía tais
livros em sua Bíblia”.
3- Diz a SBB: Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus. Ou seja: a SBB está simplesmente confessando que a Septuaginta, que é o velho Testamento da bíblia católica “foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.”
Isso explica o porquê de tais livros já se encontrarem, inclusive, na Bíblia de Gutemberg, impressa cerca de 100 anos antes da Reforma Protestante.
A Bíblia de Gutemberg pode ser acessada e integralmente consultada na Biblioteca Britânica, neste link: http://molcat1.bl.uk/treasures/gutenberg/search.asp
Lutero traduziu para o alemão os livros deuterocanônicos. Na sua edição alemã datada de 1534 o catálogo é o mesmo dos católicos. A sociedade Bíblica protestante até o séc. XIX incluíam os deuterocanônicos em suas edições da Bíblia. Depois disso os excluiu, e para justificar, criaram um mar de calúnias contra a Igreja Católica. Até hoje os protestantes costumavam levianamente pregar uma justificativa mentirosa para cada livro que arrancaram.
Logo, o que o protestantismo usa é o cânon farisaico do Velho Testamento, junto ao cânon Católico do Novo Testamento.
Por Fernando Nascimento