Apologética Católica

Católicos que haviam renunciado a fé voltam à Igreja

Testemunhos no Congresso de Convertidos "Caminho para Roma" em Ávila

Por (Zenit.org-Veritas)


Homens e mulheres transformados pelo encontro com a Igreja Católica se reuniram este fim de semana em Ávila em um congresso organizado por "Miles Jesu" sob o lema "Caminho para Roma".

A iniciativa encerrou no domingo com uma eucaristia presidida pelo bispo de Ávila, Dom Jesus Garcia Burillo e pelo Fundador e Diretor Geral de Miles Iesu, o padre Alfonso Maria Durán.

O Chanceler Secretário da diocese de Ávila, padre Miguel Garcia Yuste, perguntou em seu discurso inaugural se era necessário "Caminho para Roma" na Espanha, país em que a grande maioria da população é de origem católica.

A isso respondeu dizendo que «todos nós temos algum familiar que saiu da Igreja Católica e que é necessário fortalecer e defender nossa fé.

O padre fundador de Miles Jesu sustentou durante sua intervenção que "Caminho para Roma" foi fundado para manifestar "as boas notícias da Igreja Católica" que longe de debilitar-se, "cresce e se fortalece". A quem crê que "a Igreja já não é o que era", o padre Durán responde não, é mais e melhor.

Como exemplos, afirmou que cada ano nos Estados Unidos ingressam 75.000 novos católicos na Igreja, que aumenta o número de vocações sacerdotais na Ucrânia, ou que cresce o número de jovens intelectuais que se convertem ao catolicismo na Finlândia.

Ainda que durante o Congresso apresentaram sua experiência alguns estrangeiros que se converteram ao catolicismo provenientes de outras religiões ou seitas, a particularidade desta convocação em Ávila foram os testemunhos de espanhóis que, tendo nascido em famílias católicas e tendo sido educados em colégios católicos, abandonaram a Igreja durante muito tempo antes de voltar a ela.

Todos os convertidos insistiram durante o Congresso na necessidade de uma sólida formação baseada nas Sagradas Escrituras e no Catecismo da Igreja Católica; na devoção à Virgem Maria, e na formação contínua desde a infância para manter e acrescentar a fé.

Alguns testemunhos

Antonio Carrera, católico de nascimento, abandonou a fé de seus pais para fazer-se Testemunha de Jeová durante treze anos em Bilbao. Atualmente é Secretário da Associação de Afetados por Seitas. Segundo Carrera, ele e sua esposa caíram na seita dos Testemunhas de Jeová «por desconhecimento de nossa fé.

A fé que tínhamos há 60 anos era pouca, mas era suficiente porque não tínhamos tantos "lobos". Hoje, temos de documentar-nos e fazer-nos teólogos, afirma.

Este convertido crê que suas ânsias de Deus o salvaram. Ele sustenta: eu não buscava a verdade, mas a Igreja de Deus. Paulo diz a Timóteo que a Igreja é coluna e fundamento da verdade, se a tiramos ficamos também sem a verdade. Nossos irmãos separados falam muito de Cristo, mas isto sem a Igreja é cortar o corpo da cabeça, acrescenta.

Javier Leal buscou durante 25 anos na Filosofia e nas religiões orientais o que somente encontrou na Igreja Católica. Herdei o catolicismo tíbio de meus pais, seguramente o que perdi foi uma fé muito fraca, que talvez nem era fé, afirma.

Na Filosofia e no conhecimento encontrou que o humano lhe entediava, queria algo mais que o humano. Por isso iniciou sua busca nas religiões orientais. No budismo tibetano encontrou que não se falava de Deus, mas do desenvolvimento da pessoa; e no hinduismo, sua convicção de que a verdade tinha que ser uma, não casava com um panteão politeísta.

Javier Leal se referiu a alguns momentos decisivos em seu caminho de conversão: um Pai Nosso rezado quando ainda não tinha fé para buscar alívio para uma crise sentimental; um livro que caiu em suas mãos e no qual se falava da Virgem do Rosário, essa oração que eu pensava ser de crianças, de velhas e de avós da Igreja.

Os conselhos de intelectuais que encontrou felizmente lhe fizeram retomar seu Caminho a Roma. Um deles, encontrado em uma livraria, lhe disse o melhor não o encontrarás nos livros mas na Igreja Católica; o outro, um ermitão que vivia na pobreza, na castidade e na obediência, e ao que encontrou também de maneira inesperada lhe assegurou: tens que abandonar o conhecimento que adquiriste e abraçar a fé católica.

Este convertido crê que a mudança definitiva se produziu quando começou a rezar o Rosário. Foi o Rosário o que me converteu, e aconselharia a qualquer um que o rezasse. O Rosário e a Virgem me levaram ao Filho de Deus vivo, sustenta.

Francisco Javier Casale se sentiu atraído desde criança pelas coisas religiosas, recorda que saia como que "voando" das confissões, e em casa brincava de "Missa", mas cresceu em um meio tíbio, ateu e até anticlerical, que se encarregou de destruir sua incipiente religiosidade mudando-o "de um colégio religioso para outro leigo, onde perdi a fé".

Casale considera que existem dois tipos de seita, as explícitas, como os Testemunhas de Jeová; e as implícitas, que são a modernidade, o êxito social, a competitividade, etc. "Esta era minha religião", confessa.

Em um certo momento, decidiu colocar um freio em sua "estressada vida", apesar de não ter pensado ainda em uma saída religiosa. Quando manifestou sua vontade durante uma cena entre amigos, um deles, o mais calado, lhe disse: o que estás buscando, busca-o com humildade.

Casale sentiu que podia encontrar a cinqüenta metros de sua casa, na paróquia mais próxima, aquilo parecia tão distante.

O fez, e disse ao sacerdote que o recebeu: há mais de 40 anos que estou afastado da Igreja e quero voltar. Casale afirma que neste momento já havia dado o primeiro passo, a porta estreita da qual fala o Evangelho, estava aberta.

Francisco Casale rezou então seu primeiro Pai Nosso como crente e leu por recomendação do sacerdote a Parábola do filho pródigo. Com que intensidade, irmãos, vivencio que o Pai se adiantou, me abraçou e me cobriu de beijos; me sinto amado por Deus, expressou emocionado.

Casale descreveu sua conversão como um autêntico milagre interior, porque "se me tivessem restituído um braço ferido, de todas as formas acabaria apodrecendo quando morrer, mas se sou fiel ao que levo dentro, isto será para a vida eterna".

Este catalão não escondeu as dificuldades da conversão, afirmou inclusive que assistiu a sua primeira Missa às escondidas, mas explica que não sou uma máquina de lavar para que seja mudado o programa.

Finalmente, ao realizar o Caminho de Santiago, sentiu uma nova inspiração na qual Deus lhe dizia Eu já te perdoei, agora o faça tu.

Por sua parte, Luis Fernando Pérez, que havia estudado em bons colégios católicos, pediu no Congresso que sejamos sensíveis às crianças, porque há vocações que nascem na infância e que se perdem negligentemente.

Pérez confessa ter caído no esoterismo e na Nova Era.

Seu primeiro passo ao cristianismo se produziu através dos protestantes, nesta etapa de sua vida chegou a crer que o Papa era o anticristo e disse a sua mãe que Fátima e Lourdes eram aparições satânicas.

Luis Pérez começou uma caça e captura através da Internet, onde fez cair muitos que tinham uma formação insuficiente, até que encontrou um católico que lhe disse que o dom da Verdade era a Igreja Católica. Me fez ver que uma Bíblia infalível necessitava uma Igreja Infalível, acrescenta.

Pérez vive agora intensamente a unidade da Igreja e diz que ao estudar a história da Igreja se deu conta de que a divisão era o maior pecado desde o início. Este convertido crê que ante as dificuldades na Igreja, Deus enviou santos e não cismáticos; a Igreja não está feita à nossa imagem e semelhança, mas sim de Cristo.

O passo fundamental de sua conversão foi dado quando levou sua mãe enferma a Lourdes: Cheguei com uma mãe e voltei com duas, afirma.

A Igreja de Cristo está cheia de tesouros, não sabemos o que temos. Na Espanha há mais protestantes dentro da Igreja que fora, não há outra forma de ser fiéis à Igreja que sendo fiéis ao seu Magistério, sustenta Pérez.

Ser protestante é julgar as doutrinas das Igrejas e não deixar que a Igreja julgue tuas doutrinas, acrescenta.

Miles Jesu, filhos e filhas militantes do Imaculado Coração de Nossa Senhora da Epifania, é um instituto leigo fundado pelo padre Alfonso María Durán em 1964. Como Família Eclesial de Vida Consagrada tem 27 casas em 14 países com mais de 1000 associados, entre os quais se encontram bispos, sacerdotes, homens e mulheres leigos consagrados ao celibato, e membros casados.

O padre Durán nasceu em Madri em 1931. Em 1949 ingressou no seminário dos Missionários claretianos; em 1956 foi ordenado sacerdote e em 1982 transferiu seus votos perpétuos aos do novo Instituto fundado por ele.

Em 1996 iniciou a série de Congressos «Caminho a Roma», como meio para promover a unidade na Igreja e dar as boas-vindas a quem entrava na Igreja Católica.

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